Rádio Justiça: o uso da tecnologia no combate à corrupção
Atualmente, estamos findando a primeira era do processo digital. O crescente desenvolvimento da tecnologia para o uso mais automatizado do processo digital já alcança um forte fator no Brasil: o combate à corrupção.
Transparência e agilidade são resultados alcançados com o uso de soluções para o Judiciário brasileiro. Em entrevista para a Rádio Justiça, do Supremo Tribunal Federal (STF), o executivo especialista em sistemas para procuradorias, Alexandre Vedovelli comenta de que forma a tecnologia pode colaborar no combate à corrupção.
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O uso da tecnologia no combate à corrupção
Há menos de uma década atrás, a maioria dos processos que tramitavam no Judiciário eram em formato físico, o que os tornava de difícil acesso. Era necessário se deslocar, pedir cópias, além de ocorrerem problemas com mais facilidade e eventualmente perder alguma peça do processo.
O processo digital já é realidade em Tribunais, Ministérios Públicos, Procuradorias Municipais e Estaduais. A integração entre o Poder Judiciário e seus operantes tem trazido uma maior transparência e agilidade.
Segundo Vedovelli, os ganhos não são apenas para aqueles que trabalham diretamente junto à Justiça mas também para o cidadão e os demais que acompanham os casos. Isso porque há uma maior abertura sobre o que está tramitando.
Com o uso de soluções para a gestão de processos digitais, camadas de segurança foram implementadas para garantir que fraudes e extravios não ocorram. Vedovelli afirma que a velocidade de tramitação do processo digital é muito superior.
“Processos de execução fiscal, por exemplo, demoravam um ano e meio, dois anos, pra chegar a sua conclusão. Hoje, esses processos no formato digital tramitam numa velocidade muito maior, praticamente em 97% do tempo que ocorreu antes. Isso traz vários benefícios para aqueles que dependem da Justiça brasileira e para quem trabalha com esses processos”, diz.
Padronização dos processos digitais
Atualmente, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) busca a padronização da Justiça brasileira na tramitação dos processos digitais. O uso do Modelo Nacional de Interoperabilidade permite que sistemas de diferentes instituições se comuniquem entre si.
De acordo com Vedovelli, essa interoperabilidade é uma quebra de paradigmas: “deve demorar algum tempo para que Magistrados, Procuradores Municipais, Ministérios Públicos consigam adaptar seus sistemas e se adaptar a esse novo modelo de trâmite pessoal”.
Alexandre Vedovelli, que acompanha a evolução do processo físico para o processo digital há 11 anos conta que nos últimos dois anos houve uma mudança cultural no meio. A resistência para se trabalhar com o processo digital está menor. A conscientização dos benefícios é um dos fatores.
“O processo físico trazia até problemas físicos, no sentido de você ter problema de L.E.R. (Lesões por Esforços de Repetição) e rinite. Os problemas iam além da falta de transparência e tramitação”, conclui.
Inteligência Artificial na Justiça
Hoje, os mecanismos de Inteligência Artificial (IA) são capazes de fazer a leitura automática de peças e de documentos; identificação de cada uma das partes do documento; despacho; manifestação; parecer, etc.
Integrada a solução de gerenciamento de processos digitais, como o Sistema de Automação da Justiça (SAJ), a IA gera documentos automaticamente, sugerindo peças e direcionando melhorias.
Vedovelli afirma que essas tecnologias e melhorias proporcionadas pela IA auxiliam na hora de realizar processos repetitivos.
“É claro que não vamos chegar, acredito eu, num momento em que a decisão de um determinado processo será proferida pelo próprio sistema. Sempre ocorrerá uma intervenção humana. Mas, além do trabalho intelectual, todo o resto pode ser feito por meio de sistemas e soluções de IA”, finaliza.
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