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Futurecom 2019: inovação na Justiça é destaque no maior evento de Transformação Digital da América Latina

Futurecom é o maior evento de Transformação Digital da América Latina

Pela primeira vez em 21 anos, o Futurecom, maior evento de Transformação Digital da América Latina, trouxe uma programação voltada para a Justiça. O FutureJUD ocorreu entre os dias 28 e 31 de outubro em São Paulo. As palestras e debates reuniram representantes de instituições do Judiciário, advogados e especialistas para falar sobre temas como: tecnologia da informação, Inteligência Artificial, segurança digital, blockchain, entre outros.

A programação do FutureJUD teve curadoria de Ademir Piccoli, advogado e especialista em Governo Digital, autor do livro “Justiça Exponencial”. Ele, inclusive, comandou o painel de debate sobre “Mindset e Transformação Digital no Poder Judiciário”, e ministrou uma palestra.

A abertura do FutureJUD foi feita pelo presidente do Supremo Tribunal Federal e do Conselho Nacional de Justiça, Dias Toffoli. Com o tema “Judiciário 4.0: Transparência, Eficiência e Responsabilidade”, o ministro abordou o contexto da Justiça brasileira. Para Toffoli, o Judiciário do Brasil é o mais avançado do mundo.

“Em 2018, foram 33 milhões de processos baixados, 1.877 por magistrado. Oito sentenças por dia. Isso não tem paralelo em qualquer lugar do mundo. O Brasil tem que se orgulhar do Judiciário que tem”, disse.

Em seguida, ele falou sobre como a tecnologia e a inovação proporcionam um tripé de eficiência, transparência e responsabilidade. Isso garante um novo modelo de governança voltado para o resultado.

“Presenciamos uma mudança de paradigmas que começa a acontecer com as tecnologias da informação. O virtual já é real. Precisamos sair dessa dicotomia”, disse Toffoli.

Inteligência Artificial avança no Judiciário

Um dos destaques na programação do FutureJUD foi a Inteligência Artificial. A exemplo da Softplan, empresa referência em tecnologia para a Justiça digital, as instituições públicas já têm iniciativas avançadas para a automação de processos.

Um dos projetos em IA é o VICTOR, que foi apresentado pelo secretário de TI do STF, Edmundo Veras. O sistema foi desenvolvido para auxiliar na identificação e classificação de processos vinculados a temas de repercussão. Isso gera um ganho de produtividade para o Tribunal, uma vez que os ministros e assessores não precisam mais se debruçar sobre esses processos, que passam a aguardar a decisão final do Supremo.

“O projeto mudou a forma de fazermos TI dentro do Tribunal e o próprio funcionamento da Corte”, disse Veras.

 Outra iniciativa apresentada é o projeto ELIS, uma IA para recuperação do crédito público. Desenvolvido no Tribunal de Justiça de Pernambuco, o sistema foi apresentado pelo juiz José Faustino Macedo, integrante da Comissão de Inteligência Artificial da Corte Pernambucana.

A ELIS atua na análise e triagem de processos de execução fiscal. Este é um dos principais gargalos da Justiça Estadual. Só no TJPE, as execuções fiscais correspondem a 56% de todos os processos. São também uma das principais fontes de receita do poder público.

“Na simulação, em apenas três dias a ELIS conseguiu classificar com precisão a competência das ações, divergências cadastrais, erros nas CDAs e casos de prescrição”, explicou o juiz Macedo.

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